sexta-feira, 1 de maio de 2009

Quem pega primeiro?



Um dia eu me convidei juntos de meus amigos para um café, mais não havia casa, todos os convidados se foram. Após o café, algo se propôs:
-Vamos brincar de pega pega?
-Pega-Pega? O que é isso? Perguntava curiosa-mente.
-Pega-Pega é uma brincadeira. Eu corro e te pego! Quem pegar primeiro ganha!
Todos aceitaram de menos o medo e a solidão.
Correndo a traz

Correrão todos, mais me via apenas comigo. A pressa escondeu-se primeiro em um lugar que havia apenas arvores, a preguiça no topo de uma árvore. A alegria corria com um imenso sorrizo dando voltas, e nada a alcançava. A felicidade acompanhou o triunfo mais logo se escorregou quando via o egoísmo tentando te apertar.
O medo continuava perto de uma pedra onde era mais fácil pular em cima da solidão.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava saltando sobre alguém, ouvia um som bem fusco que parecia a contagem noventa e nove. CEM! - gritou a Loucura. - Vou começar a pular...
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não agüentava querendo saber quem poderia ser, e quem poderia ser pego!
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhor correr!
E assim foram correndo Alegria, Tristeza, a Timidez...
Quando estavam todos cansados reunidos, a Curiosidade perguntou:
Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto, A Loucura começou a procura-lo
Procurando por todos os lados, ela via uma montanha e tentava subir para ver quem estava do outro lado, pegou um galho e começou a procurar entre a floresta, quando de repente ouviu um grito. Era o Amor, gritando por um eco onde estava preza na caverna junto com a solidão e esmagado pelo medo.

Luciene Mione

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Dica do dia:

Observe tudo ao seu redor, nem tudo conseguimos ver quando estamos correndo.

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Momento Reflexão:

Observe o Texto de Rubem Alvez


“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas: as primeiras ele chupou displicente, mas, percebendo que faltam poucas, rói as sementes. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades… Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Já não tenho tempo para conversas intermináveis para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente mais humana e racional. Gente que saiba rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, tapinhas nas costas, risonhos falsos… Gente que não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e honra, de fato, a sua. Gente que deseja a serenidade das coisas simples: uma boa música, cerveja gelada, o sossego de um lar vazio do supérfluo e cheio de amor e paz! Gente que cuida e preocupa-se com o seu próprio nariz… Quero caminhar perto de pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente, sem fraudes. Já não tenho tempo para perder com pessoas que ainda não acordaram para a vida. Só o essencial faz a vida valer a pena. Basta-me o essencial!”

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